sexta-feira, 17 de outubro de 2014

05:30. A chuva lá fora cai de uma maneira assustadora. Dentro do meu quarto não há nada de importante. Dentro de mim não há paz desde que você saiu da minha vida...
Além da respiração ofegante, o único barulho que pode ser escutado são meus soluços. Preciso manter o silêncio. Não posso acordar o resto da casa. “Shiu, silêncio! Não aborreça mais ninguém com os seus problemas”, pensei sozinho em imperativo e desaprovação, dando ordem à mim mesmo. Meu quarto parece sem graça, não vejo ânimo para me manter de olhos abertos, além do sono não me alcançar. Eu fecho os olhos e tudo que eu posso ver são partes do meu passado, lembranças que eu carrego. Infelizmente, elas chegam me atormentando como um filme que se forma e é revisto na minha própria mente. Não sei exatamente o que estou fazendo ou falando, sempre fico confuso… Mas a verdade é que o cobertor já não me protege dos monstros, porque dessa vez o monstro está em minha mente. Meu coração bate devagar, em uma lentidão que multiplica minha tristeza. Está tudo repetitivo. Estou começando a ficar entediado, porque as lágrimas em meus olhos não me convencem de que eu sou forte. Estou contando as horas, mas os ponteiros não saem do lugar. As estrelas sumiram, e um enorme vazio está me confundindo. Esse vazio está me deixando cada vez mais fraco. Talvez eu tenha cansado de ser forte. Eu preciso um pouco mais de mim. Preciso de um pouco mais de fé. Tenho certeza que assim que o sol nascer tudo vai ser como antes: o sorriso falso no rosto, que poderia dizer o quão feliz eu estou, quando meus olhos podem demonstrar tamanha tristeza que corre em minhas veias. Eu vou acordar desse pesadelo, assim que alguém me fizer acreditar que eu sou capaz. No fundo eu sei que sou, mas os monstros não deixam que eu me convença disso.


— Liffá Henrique.

Nenhum comentário:

Postar um comentário