sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Desabafo de uma infidelidade

Hoje voltando para casa, ouvi uma conversa bastante interessante. Bom, pelo menos pra mim. Era uma mulher contando para uma amiga como foi ruim descobrir que o marido a traia durante anos. Ela contava para a amiga o quanto ela o amava, fazia tudo para agradá-lo, e o quanto essa descoberta doeu. Ela contava com um ar de tristeza, mas ela me pareceu aquele tipo de mulher que segura firme pra não desabar, mesmo com vontade. Ela respirava fundo, e eu vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Ela se conteve, não derramou uma lágrima sequer. Eu ouvi ela contar quanto tempo ela perdeu com o cara que era pra ser só mais um, e ela acabou fazendo dele o homem da vida dela. Ela falava com uma voz sofrida, como uma mulher já cansada de sofrer. Eu ouvi aquela história e me deu vontade de chorar. Eu me pus no lugar daquela mulher, que se dedicou anos da sua vida ao cara errado. Ela realmente o amava, eu senti isso pelo tom da voz dela. E eu pensando que a minha dor era a maior do mundo. Mas isso não foi um motivo para me confortar . Eu fiquei ali pensando quantas noites aquela mulher deve ter chorado, quantas vezes ela deve ter ligado para o tal cara, sem retorno, eu fiquei ali pensando o quanto ela amou em vão. Eu juro que queria ajudá-la de alguma forma, mas eu fiquei ali, de mãos atadas, apenas pensando no quanto tem gente vazia, que brinca com sentimento, que faz uma mulher chorar. Eu senti a dor daquela mulher, eu queria abraçá-la e dizer "Ei, acalma teu coração". Mas logo me veio na cabeça que nenhuma palavra a confortaria naquele momento. Eu fiquei pensando no quanto ela deve ter sofrido, no quanto ela deve ter se dedicado a um casamento de anos, e descobrir que foi enganada, que sujeira, eu pensei. Eu fiquei pensando, que um dia talvez eu possa vir a ser uma pessoa como aquela, que amou tanto em vão.


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