terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sim, eu acredito!

Me faço de durão, olho nos olhos e falo firme que não acredito no amor – tudo teatro, fala ensaiada. 

Acredito tanto no amor que espero por ele todos os dias. 
Espero por ele na fila do banco, espero por ele quando tô na parada esperando pelo ônibus. 
Espero por ele torcendo pra que ele esteja esperando por mim também. 
Mas nego até a morte se você me perguntar – amor? Nunca vi, não quero, obrigado. 
Se me oferecem qualquer dose de paixão, dispenso na hora – mas morro de vontade de me embriagar.
Ressaca de amor, não deve existir nada melhor. 
Dispenso e nego tudo por pura covardia – fujo pra me proteger. 
Totalmente contraditório, eu sei. 
Fujo do amor esperando que ele me encontre – um pique-esconde invertido. 
Mas vai que dá certo. Na verdade, tem até dado. 
Não me lembro mais quando foi a última vez que me peguei escutando musiquinha brega chorando e olhando pela janela morrendo de pena de mim mesmo – já fiz muito isso. 
Brincando de pique-esconde nada mais conseguiu me encontrar, nem o amor, e nem a dor também. 
Eu sei, parece sem graça. 
Mas depois de sofrer tanto por ai, não sentir nada acaba virando vantagem. 
E sim, eu continuo correndo, desvio de qualquer placa que sinalize uma possível lombada de sentimento à frente. 
Vou correr até que a vida me faça esbarrar com alguém que valha a pena e que corra do meu lado – ou que me ensine a caminhar tranquilo de mãos dadas.





2 comentários:

  1. Mas que perfeito, fingir não amar nunca mais, mas na verdade ele só espera pelo amor o tempo todo!
    -Isso que me deu a entender!!!!

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